O potencial inexplorado em comunidades carentes é um tesouro muitas vezes negligenciado. Les Brown disse-o melhor quando afirmou: “O cemitério é o lugar mais rico da terra, porque é aqui que encontrará todas as esperanças e sonhos que nunca foram realizados”. À medida que interajo com os jovens e exploro o mundo à minha volta, torna-se cada vez mais evidente que existe uma lacuna – uma lacuna cheia de possibilidades, responsabilidades e desafios ilimitados. Esta lacuna não é apenas uma preocupação minha; é uma preocupação social, um buraco onde se encontram os sonhos não realizados de inúmeros jovens.

As mentalidades, as atitudes e a energia não são apenas as engrenagens do veículo da nossa vida, mas também as cores vibrantes que pintam as nossas experiências. Temos de começar a reconhecer este facto, especialmente quando lidamos com os nossos jovens, que estão nas fases iniciais de elaboração do manual da sua vida. Os jovens anseiam por reconhecimento, envolvimento ativo e comunicação autêntica. Pedem silenciosamente disciplina e estrutura, mesmo quando não o conseguem articular.

À medida que passamos da juventude para a idade adulta, o desejo de orientação nunca nos abandona. O mundo é uma tela colossal de ideias, oportunidades e filosofias de vida. Mas à medida que amadurecemos, as perguntas começam a diminuir. Qual deve ser o nosso objetivo? Como é que devemos evoluir para as pessoas que estamos destinados a ser?

Todos nós, independentemente da idade, estamos em uma busca perpétua para manifestar nossos sonhos e construir uma vida que vale a pena viver. Mas como podemos recondicionar-nos para aparecer autenticamente e produtivamente todos os dias? Como podemos aprender a ver o fracasso não como um revés, mas como um trampolim para o crescimento? Estas não são apenas questões para reflexão individual, mas desafios que os nossos sistemas educativos devem enfrentar.

Aos nossos educadores e instituições, obrigado pelo vosso serviço até agora. No entanto, está na altura de evoluir. A pandemia revelou algumas verdades inegáveis e apresentou oportunidades que não nos podemos dar ao luxo de ignorar. O mundo mudou e o nosso sistema educativo tem de mudar com ele. Desafio as escolas a adoptarem métodos de aprendizagem mista que cultivem hábitos saudáveis e produtivos nos alunos. Desafio-as a acompanharem os padrões de comportamento com a mesma diligência com que acompanham as notas e a assiduidade. Mais importante ainda, desafio as nossas instituições de ensino a modernizarem as suas declarações de missão. Não basta produzir futuros trabalhadores fabris ou preparar os jovens apenas para a universidade. Vamos integrar nos nossos currículos a literacia financeira, as competências sociais e o desenvolvimento profissional.

Em conclusão, colmatar o fosso exige um empenhamento inabalável de todas as partes interessadas. Exige que alinhemos os nossos sistemas e sociedades para reconhecer e aproveitar plenamente o potencial inexplorado dos nossos jovens. Juntos, vamos criar um ambiente onde todos possam ser autênticos, vivendo vidas com objectivos e realização.